Desde o início da quadra chuvosa, o Ceará vem quebrando recordes em relação ao volume de chuvas. O mês de junho foi o mais chuvoso em 18 anos e o padrão aparenta estar se estendendo para o mês de julho. Em apenas 5 dias, o estado já ultrapassou em 28,3% o acumulado esperado para todo o mês.
De acordo com os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), até esta terça-feira (5), o Ceará registrou acumulado de 19.7mm. A normal climática, esperada para todo o mês de julho é de 15.4mm.
O Litoral do Pecém, Jaguaribana e o Sertão Central e Inhamuns foram as regiões que já ultrapassaram a média mensal, com desvio positivo entre 70.9% e 48.1%.
A região do Cariri acumula 4,1mm, o normal esperado para o mês é de 10.4mm. O município de Umari é destaque na região, com acumulado médio de 25.8mm, representando um desvio positivo de 103.9%.
Extremos climáticos
As alterações no regime das chuvas estão diretamente relacionados com os efeitos das mudanças climáticas. Um estudo apresentado, nesta terça-feira (5), pelo World Weather Attribution (WWA), mostra que a atividade humana influenciou no aumento da intensidade da chuva, especialmente no Nordeste. A tendência é que eventos de chuva com potencial catastrófico se tornem mais comuns.
A pesquisa aponta os problemas de vulnerabilidade da população como outro elemento agravante das consequências das chuvas na região metropolitana do Recife. O aumento da urbanização não planejada em áreas de risco de inundação e encostas íngremes ampliaram a exposição das pessoas aos riscos causados pela chuva.